quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Coelhinha no Divã (por Luiz Otávio Tal)

ENTREVISTA MÁRCIA SPÉZIA

Coelhinha oficial da Playboy, Márcia, 27 anos, é a representante da marca nos coquetéis de lançamento e nas campanhas de divulgação. Já posou nua tanto para o espaço on-line quanto para a revista. Foi o recheio da edição de Setembro de 2007.


- Como surgiu o convite para posar nua?

O convite surgiu quando eu fiz um ensaio para o site bella da semana em Florianópolis (SC). O fotógrafo me convidou no final do trabalho e na semana seguinte fiz meu primeiro ensaio para a Playboy como cyber gata do site oficial da revista.

- Era um sonho antigo?

Quando eu tinha 18 anos tive a primeira vontade de posar para a publicação, mas achava impossível, por morar longe e não ter nenhuma condição.

- Como você lida pessoalmente com a nudez?

A nudez eu encaro naturalmente pelo lado profissional, porque Deus nos traz á vida sem roupa. Mas você tem que saber lidar com seu corpo nu. Fotografar é uma coisa, e para mim é super tranqüilo, agora sair de casa quase nua para ser olhada não rola.

- Quantos e quais trabalhos você já desenvolveu nesta parceria com a Playboy?

Até agora foram o cyber gata em junho, coelhinha em julho, editorial máquina sexual em agosto, segundo ensaio em setembro, especial gatas e coelhinhas, piadas de topless, e agora também estou sempre presente nos eventos representando a Playboy.

- O cachê é realmente bom?

Falar de grana é complicado, não posso emitir valores de nada, desculpe.

- Há algum pré-requisito para ser escolhida coelhinha oficial da revista?

Beleza, simpatia, postura e educação são itens básicos. Eu comecei por acaso fazendo gravação para o site e continuo até hoje.

- Como são os bastidores de um ensaio fotográfico? Qual é o número de pessoas envolvidas na produção?

Os bastidores é aquela coisa boa, muito agito, correria e concentração. A equipe, dependendo do ensaio e local, é grande: fotógrafo e assistente, cinegrafista e assistente, diretor, maquiador, figurinista, motorista, enfim depende muito.

- O que mudou depois de ter posado nua?

Mudou muita coisa, principalmente em termos de reconhecimento. Automaticamente aparecem mais trabalhos, mas também surgem problemas em que a gente passa a ter mais cuidado em relação aonde ir e com quem ir. Apesar das novas portas e oportunidades, sou a mesma Márcia.

- Na sua opinião, como a sociedade encara hoje as mulheres que aceitam se despir para revistas masculinas?

É difícil responder, porque ao mesmo tempo em que a sociedade mudou seu modo de pensar em relação à nudez, ainda existem muitos tabus e preconceitos. Hoje em dia quase todas as mulheres têm esse desejo de posar nua. Não dá pra agradar a todos, mas a meu ver a sociedade já se acostumou em ver mulheres bonitas e beldades em ensaios de nudez.

- Você sofreu algum tipo de preconceito?

Até agora não sofri, mas é lógico que não estou livre de sofrer. Como eu disse, anteriormente, não se pode agradar a todos.

- Como sua família reagiu quando descobriu que você seria coelhinha da Playboy?

Minha família vem me acompanhando desde o início quando comecei a modelar. Quando contei para eles que iria posar para Playboy, todos me parabenizaram e me apoiaram, sem se manifestarem contrários. E ser coelhinha foi conseqüência dos ensaios.

- Como é seu relacionamento com os fãs da revista?

É muito bom ter esse contato com os fãs, pelo menos eu adoro. Gosto de saber a opinião deles, o que acham, se gostam ou se criticam. Faço o que posso para responder a todos, gosto de dar atenção. Até agora só recebi elogios pelos meus trabalhos.

- Suas fotos nuas conseguiram atingir públicos variados, ou seja, tanto os leitores que compram a publicação em banca quanto os e-leitores que assinam o site da revista. Você percebe alguma diferença entre estes públicos?

Não tem como perceber diferenças, recebo e-mails e mensagens no Orkut, tanto dos assinantes quanto do publico que compra nas bancas. É sempre a mesma atenção.

- A revista tem muitas leitoras heterossexuais. O que, no seu ponto de vista, explica isto?

Eu resumo em uma só coisa: curiosidade. Hoje em dia as pessoas estão muito mais voltadas à estética, ao corpo, e isso gera sempre curiosidade quando o assunto é mostrar nudez. Existe também o glamour que a Playboy consegue passar e isso faz com que as pessoas sintam vontade de ver, sem dizer também que a revista traz não somente o nu, discutindo nossa atual realidade em certos aspectos.

- A cada década se percebe uma reorganização na relação homem/mulher. Como você vê esta relação nos dias de hoje?

Sou suspeita para falar sobre isso, mas a verdade é cruel, o que esta acontecendo nessa reorganização é que tanto o homem quanto a mulher estão deixando de lado alguns princípios básicos de uma relação, como o respeito, e isso faz com que as pessoas não acreditem em uma relação sólida, sadia. Apesar disto tudo, essa reorganização alcançou um ponto positivo para a mulher na sociedade. Ela amadureceu perante o homem, está se impondo mais.

- Qual a importância do sexo na sua vida?

Em minha opinião é 50% da base de uma relação. Sexo faz bem, relaxa, deixa sua pele bonita, mas o mais importante no sexo é o companheiro, fazer com gosto e com quem se sentir atraída e não fazer só por fazer, com qualquer um.

- As pessoas hoje lidam com o sexo de uma forma muito natural, contudo, ainda há muita hipocrisia no falar de sexo. Por que você acha que isto ocorre? E como você encara tudo isto?

Tabus estão aí para serem quebrados. A sociedade ainda tem que aprender muito sobre a sexualidade. Um dos motivos dessa hipocrisia é a falta de amadurecimento e informação, sem esquecer também do preconceito que existe, principalmente, com os homossexuais. Eu encaro tudo isto naturalmente, pois cada um tem seu jeito, um pensamento, e cada pessoa sabe o que a faz feliz e bem.

- O que é o orgasmo para você?

Orgasmo para mim é o ápice do prazer, a melhor coisa do sexo, pena que nem todas as mulheres conseguem chegar nesse paraíso.

-Qual sua opinião em relação ao sexo virtual?

Sinceramente, isso pra mim é a maior besteira que inventaram. A pessoa fica sufocada dentro das ilusões, se martirizando à toa. Sexo foi feito para fazer com outra pessoa, tem que sentir, ter o que pegar. Para mim isto é uma perda de tempo.

- Há limites na realização de uma fantasia sexual?

Quando se está com a pessoa desejada, não existe limite, e sim o respeito. Fantasias todo mundo tem, mas tem que saber até onde vai o limite. Enfim, tudo é bom quando se está com a pessoa certa.

- O que você espera para o futuro? Quais os planos?

Espero um futuro melhor para todos, esperamos nosso governo descruzar os braços e fazer algo útil por esse país que poderia ser de primeiro mundo, mas enfim, eu tenho muitos objetivos e sonhos para realizar, colocar em prática. Pretendo ser atriz e um dia montar uma casa para desabrigados e dar oportunidades como educação, trabalho e dignidade.

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