O Partido de Deus é um movimento de resistência que lançou programas de saúde e bem-estar social em seu país, abriu escolas, e começou a olhar para além dos limites da política, criando um movimento de caráter nacional. O partido conta com a força de um jovem na liderança que já conseguiu construir uma boa reputação por sua honestidade e capacidade de planejamento estratégico. O reflexo é o aumento estrondoso de popularidade junto à população, ao ponto de ser saudado como o partido da salvação nacional. Tanto apoio fez com que ganhasse voz no governo e no ano 2000 obteve 12 cadeiras parlamentares nas eleições legislativas.
A história acima é uma das mais gloriosas a não ser por um detalhe: o tal Partido de Deus nada mais é do que o movimento “terrorista” Hizbollah. O nome é uma associação das palavras Hizbu (partido) e Allah (Deus).
O Líbano é sempre visto como o responsável por toda onde de baixas civis, destruição de hospitais e escolas de acordo com os jornais. A afirmativa sugere que os ataques vindos de Israel ou até mesmo das forças armadas americanas não matam pessoas inocentes ou atentam quanto o patrimônio dos países
A manipulação da mídia em geral é claramente percebida sem precisar de muita pesquisa. Ao colher opiniões junto ao público universitário (teoricamente mais informado), a maioria dos entrevistados responderam que Hizbollah nada mais é do que um movimento terrorista. De cada dez pessoas abordadas, apenas duas lembrava-se do caráter social e político do movimento. “A primeira coisa que me vem à mente quando ouço a palavra Hizbollah é terrorismo” diz Iara Nascimento, estudante de 24 anos. Já Carolina São José, 20 anos, na contramão da maioria das pessoas, diz que é uma pena o tratamento que a mídia dá ao grupo, uma vez que há todo um trabalho social por trás.
Uma pena tanto descaso. Esta atitude só exacerba o comportamento passivo do país frente às grandes potências. Enquanto crianças morrem e cegam-se os olhos, vão se maquiando e modelando as informações para que adquiram o contorno a fim de atender as necessidades capitalistas dos impérios dominantes.
O movimento é apoiado, tanto política quanto economicamente, pelo Irã, além de manter uma boa relação com a Síria e contar com fundos próprios, inclusive com empresas. Seu jovem líder é o xeque Sayyed Hassan Nasrallah, que é ovacionado por grande parte da população, além de encontrar adeptos pelo mundo todo que não hesitam em levantar seu retrato e faixas em atitude de protesto e apoio.
Além da milícia e do partido político, o Hizbollah mantém uma rede de hospitais, escolas e orfanatos e ainda uma emissora de TV. Tem 14 cadeiras (devido às últimas eleições legislativas, realizada em junho de 2005) entre as 128 do Parlamento libanês; seu eleitorado lhe permitiria ter pelo menos o dobro disso, mas o grupo faz campanha também para outros partidos.
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